_Atendimento segue o Protocolo de Manchester e prioriza os diagnósticos mais graves_
Em janeiro deste ano, a Emergência Pediátrica do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, realizou 861 atendimentos. Agora em maio, este número subiu para 1.716, sendo que, deste total, 457 apresentaram diagnóstico de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Foi em maio o pico dos casos mais graves e urgentes de pacientes com sintomas gripais: 181.
O período sazonal das síndromes gripais acontece entre abril e julho, quando ocorre um aumento de doenças respiratórias. Febre, tosse seca, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade progressiva para respirar são os principais sintomas. O quadro pode comprometer os pulmões.
Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) também está o reflexo desta intensa movimentação na Emergência Pediátrica. Coordenador da UTI Pediátrica, o enfermeiro Márcio Demétrio explica que a neonatologia se dá desde o dia do nascimento até o 28º dia de vida. A partir deste período o paciente passa a ser pediátrico. Porém, nesse período crítico, diante do aumento considerável de casos de bronquiolite, a UTI Ped está recebendo pacientes também em fase de neonatologia.
“Recebi na semana passada uma criança com apenas 13 dias de nascida”, revela. A UTI Pediátrica acolhe crianças com até 15 anos 11 meses e 29 dias. Segundo Márcio, a bronquiolite tem a fase de pico entre o terceiro e o sétimo dia. “Muitos casos precisam ser intubados, situação que dura, em média, 15 dias de tratamento”, completa.
De acordo com o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), de janeiro a maio foram encaminhadas 54 amostras ao Laboratório Central (Lacen), em Salvador, tendo como resultado 26 amostras negativas e 28 amostras positivas. Destas para Virus Sincicial (causa mais comum da bronquiolite); 6 para Rinovírus (vírus que causa a maioria dos resfriados comuns); 2 para DENV2; 3 para dengues; 2 para COVID; 1 Adenovírus e um caso de Meningite.
*Protocolo de Manchester e ordem de atendimento*
O hospital destaca uma informação essencial para a população: a ordem de chegada na Emergência Pediátrica não determina a prioridade no atendimento. Os casos são avaliados por critérios de gravidade, garantindo que pacientes em situação mais crítica sejam atendidos primeiro.
“Nós temos adotado o Protocolo de Manchester para a ordem de atendimento”, revela a enfermeira Iasmine Maiara, coordenadora do setor. O protocolo é um sistema de triagem que classifica a gravidade dos casos e prioriza o atendimento. Ele utiliza um sistema de cores para identificar o nível de urgência de cada paciente, permitindo que os mais graves sejam atendidos primeiro.
“O que orienta todas as nossas decisões é a gravidade do quadro e a preservação da vida. Nosso compromisso é com o cuidado responsável e com quem mais precisa naquele momento”, esclarece a enfermeira. A cada 100 atendimentos realizados na Emergência Ped, 83 são classificados como Azul e Verde, ou seja, pacientes que deveriam estar sendo assistidos nas Unidades de Saúde e na UPA 24 horas, o que gera uma superlotação no hospital. A maioria opta por atendimento na Emergência Pediátrica do hospital.
*Medidas emergenciais e vacinação*
O Materno-Infantil adotou medidas para garantir o serviço à população, conforme explica a diretora-geral Domilene Borges. “Estamos fazendo gestão dos leitos diariamente. Organizamos enfermarias para pacientes de entrada e enfermarias para pacientes já em tratamento. Desta forma estamos tendo baixa taxa de reinfecção ou infeção cruzada”, informa. “Ao mesmo tempo temos uma enfermaria de retaguarda para pacientes vindos da UTI, com condições de completar internação em enfermaria clínica, o que nos permite liberar leitos para admissão na UTI Ped”, completa. Domilene lembra que, após a cura, a vacinação contra a gripe é a principal medida de prevenção e deve ser incentivada.
Inaugurado pelo Governo da Bahia em dezembro de 2021, o Hospital Materno-Infantil é, desde então, gestado pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS). É a única maternidade 100% SUS da região sul da Bahia e a única unidade do estado habilitada pelo Ministério da Saúde para atendimento especializado aos Povos Indígenas.
Com 105 leitos para obstetrícia, partos normal e de alto risco, além de pediatria clínica, UTIs pediátrica e Neonatal, a unidade já ultrapassou a marca de dez mil e 200 partos.
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